"Usufrua o amor e a culinária com abandono total"
Dalai Lama

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A prateleira dos segredos...


Livros, livros e mais livros... de certeza que todos temos livros de cozinha em casa.
Aliás, cozinha sem livros de receitas é pior que lasanha sem queijo - e isso é muito mau, mesmo muito mau.

Sejam obras de arte dignas de estarem expostas na mesa da sala de estar, livros prácticos ou caderninhos com recortes de receitas interessantes, a verdade é que não passamos sem os registos dos nossos pratos preferidos.

No entanto, existe uma diferença a apontar entre os livros que tenho em casa: os de receitas e os de cozinha. Eu explico melhor:
Livros “de receitas” são os que nos indicam os ingredientes e preparação necessários para confeccionarmos os nossos petiscos favoritos...
Os livros “de cozinha” centram-se nas técnicas – muito embora as receitas também lá estejam. Infelizmente, a crença generalizada de que estes livros se destinam apenas a profissionais não pode estar mais errada. Esses livros são para nós!!! Os pros já sabem tudo e não precisam deles :p

É por isso que sempre vou tendo alguns desses, como o que está hoje em destaque.

Apesar de sempre ter gostado de brincar aos jantarinhos, nunca tive mais formação do que as espreitadelas sorrateiras às panelas de onde emergiam cheiros misterioso, e aquela que a saudosa Alzira involuntariamente me passava, por entre os muitos “Arrede-se, Menina”. Em dias de sorte, conseguia que me dessem uma mão-cheia de arroz, um pouco de água e uma colher de pau, e então brincava com os tachinhos de alumínio…

Mas voltando aos livros…
Tenho a sorte de possuir uma primeira edição do Livro de Pantagruel, assinado pela autora Bertha Rosa-Limpo, que herdei da minha avó. Não é o mais bonito – até porque tem sido utilizado desde 1946 – mas é o que mais prezo. Foi o meu primeiro livro de receitas J

Ao longo dos anos acumularam-se muitos outros, comprados porque precisava daquela receita especial, como souvenirs de férias em países de paladares mais exóticos, ou simplesmente oferecidos por amigos e familiares. Mas ultimamente surgiu uma nova categoria: os comprados por interesse.

Entre eles incluí uma fusão de estilos, desde o Avillez ao Sá Pessoa e ao Chakall, do Jamie à Nigella, e depois, a outro nível, do Michel Roux (Sénior) ao Marcus Wareing e ao Marimoto.  É interessante comparar estilos diferentes, e imaginar combinações deste prato com aquele. (De facto, a minha imaginação já foi catapultada para o espaço sideral, só de ter olhado para uma página do Wareing e uma do Avillez...)

OMG - agora reparo: não tenho nada do Ramsey!!!

Outro do dos aspecto que simplesmente adoro é a apresentação. De facto, os olhos também comem, e o empratamento é pelo menos metade do ensemble final. E sim, também tenho livros sobre isso...
Muitas vezes me perguntam se tirei algum curso de culinária… Claro que não. Nem os meus cozinhados são assim tão especiais. O curso de Gestão Hoteleira e o ter estagiado em cozinhas de dois bons hotéis é o mais próximo que tenho de experiência em pastelaria e cozinha profissional. O resto aprendi com os livros, com os cortes e queimadelas, com resultados menos esperados... e com as sugestões e comentários das minhas cobaias, a quem muito agradeço. Tenho sempre o número do anti-venenos à mão.

De resto, sou apenas uma curiosa que gosta de dar umas voltas às receitas originais. E com um certo jeitinho para a fotografia…  :)

Sem comentários:

Enviar um comentário